Conheça 10 destinos baratos do Brasil para viajar gastando pouco. O turismo doméstico está vivendo um boom: 59 milhões de brasileiros — algo como 35 % da população — pretendem viajar entre dezembro / 2025 e fevereiro / 2026. Eles devem injetar cerca de R$ 148,3 bilhões na economia, com gasto médio de R$ 2.514 por pessoa, alta de 34 % sobre o verão anterior. Em outras palavras, 2025 e 2026 são anos perfeitos para explorar destinos nacionais sem estourar o orçamento.
Como calculamos o custo real de cada viagem
Para compor esta lista de 10 destinos baratos do Brasil, adotamos três indicadores fáceis de acompanhar:
- Hospedagem econômica — a diária média de hotéis da categoria “econômica” ficou em R$ 291,34 em 2024, muito abaixo da média geral de R$ 390,80.
- Transporte — o setor rodoviário ganhou fôlego: o número de embarques interestaduais chegou a 43,6 milhões em 2024, alta de 24,9 % sobre 2023, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
- Alimentação — de acordo com o IPCA 15 de janeiro / 2025, a inflação da alimentação fora do domicílio desacelerou para 0,93 %, mantendo refeições acessíveis.
Com base nesses números, consideramos “barato” qualquer destino onde seja possível dormir por até R$ 300 a diária, comer bem com R$ 50–70 e se deslocar a custos reduzidos.
1 – João Pessoa (PB)
Praias urbanas de águas mornas, um centro histórico que remonta ao século XVI e um pôr do sol ao som de saxofone no Rio Jacaré já seriam motivos suficientes para incluir João Pessoa na lista.
O que torna a capital paraibana imbatível para bolsos apertados é a combinação de hospedagem a partir de R$ 200 em hostels de Cabo Branco, transporte público a R$ 4,70 que conecta todas as praias — Tambaú, Bessa, Seixas — e atrações gratuitas, como o Farol do Cabo Branco, ponto mais oriental das Américas.
A gastronomia também cabe no bolso: as famosas “tapiocas da orla” saem por menos de R$ 15, e um almoço executivo com peixe fresco dificilmente passa de R$ 35. Se estiver vindo de Recife, considere o ônibus convencional (2 h – R$ 40) em vez do voo; a economia pode bancar um passeio de catamarã às piscinas naturais. Para mais roteiros, confira nosso guia completo de João Pessoa.
2 – Olímpia (SP)
Localizada a 430 km da capital paulista, Olímpia transformou-se na “Orlando brasileira” graças aos parques aquáticos de águas termais que funcionam o ano inteiro.
A boa notícia para viajantes econômicos é que o Thermas dos Laranjais — líder de público na América Latina — e o Hot Beach oferecem combos de ingresso + pousada familiar a partir de R$ 350 por casal em dias de semana. Isso inclui café da manhã reforçado e, muitas vezes, transfer gratuito até os parques.
Quem chega de ônibus via São José do Rio Preto (50 min – R$ 18) economiza no deslocamento e evita pedágio. Dentro da cidade, o transporte por apps custa em média R$ 8 a corrida. Para jantar, as praças centrais concentram quiosques de pastel, porções e espetinhos a R$ 12–25. Some a isso atrações gratuitas, como o Museu de História e Folclore, e você tem diversão aquática sem afundar o orçamento.
3 – Chapada dos Veadeiros (GO)
Patrimônio Natural da Humanidade, a Chapada dos Veadeiros oferece um cardápio infinito de cachoeiras, trilhas e mirantes. A base costuma ser a vila de Alto Paraíso ou São Jorge, onde quartos coletivos partem de R$ 90 e pousadas simples de R$ 240. Quase todas as atrações — como a Cachoeira dos Cristais e Cachoeira Santa Bárbara — exigem deslocamento em estrada de terra.
Para economizar, forme grupos de até quatro pessoas e alugue um carro compartilhado (média R$ 30 por pessoa). Algumas trilhas clássicas, caso do Vale da Lua, cobram somente a taxa de conservação (R$ 25). Leve lanche reforçado comprado no mercadinho da vila (sanduba natural a R$ 10), pois dentro dos parques não há restaurantes. Veja as atrações e o roteiro completo no nosso guia da Chapada dos Veadeiros.
4 – São Miguel do Gostoso (RN)
A 100 km de Natal, Gostoso combina vibe de vila de pescadores com infraestrutura cada vez mais amigável a nômades digitais. Na baixa temporada (maio–junho), pousadas pé na areia decoradas em estilo rústico chique começam em R$ 250 com café da manhã de frutas regionais.
O trajeto de ônibus custa R$ 35 e dura 2 h30, mas muita gente opta por fretar vans em grupos, reduzindo o valor para cerca de R$ 25. As praias Ponta do Santo Cristo e Cardeiro têm rajadas constantes de vento — perfeitas para kitesurf — porém a melhor pedida é caminhar e curtir sem pagar nada.
Para comer bem e barato, procure os “PFs” de peixe ao molho de maracujá (R$ 28) e o açaí turbinado vendido em barracas (R$ 12). À noite, bares iluminados por gambiarras servem caldos e forró pé de serra sem cobrança de entrada.
5 – Lençóis Maranhenses (MA) na entressafra
Os Lençóis Maranhenses são famosos de junho a agosto, quando as lagoas enchem, mas visitar na entressafra (abril ou setembro) sai muito mais barato. Hostels em Barreirinhas baixam para R$ 90 o leito e pousadas simples ficam em torno de R$ 200.
A estrada recentemente pavimentada entre São Luís, Barreirinhas e Santo Amaro, reduziu o preço das vans para R$ 75 ida e volta. Vale levar snacks comprados em mercadinhos para evitar lanches caros nos pontos de apoio.
6 – Ilha de Boipeba (BA)
Vizinha menos badalada de Morro de São Paulo, Boipeba mantém atmosfera de vilarejo sem carros, onde tudo é percorrido a pé, de quadriciclo ou de lancha coletiva. A aventura começa em Valença, com barco rápido de R$ 45 (1 h) — ou, para quem realmente quer economizar, ônibus até Torrinhas e travessia de canoa motorizada por R$ 15.
Lá dentro, campings legalizados à beira-mar cobram R$ 60 por pessoa, enquanto pousadas familiares giram em torno de R$ 220. Entre as praias imperdíveis estão Bainema e Moreré, acessíveis por trilha costeira gratuita. Pesqueiros locais vendem almoço de arroz, feijão e peixe frito por R$ 30.
Dica: pague lancha compartilhada até Castelhanos (R$ 20) e volte andando pela faixa de areia, parando nas piscinas naturais de Moreré.
7 – Petrópolis (RJ)
A “Cidade Imperial” fica a apenas 68 km do Rio de Janeiro, mas tem clima ameno e preços bem mais baixos. A diária em pousada histórica, café incluído, sai em média R$ 260 na baixa temporada. O ônibus intermunicipal parte da Rodoviária do Rio a cada trinta minutos (1 h20, R$ 29), dispensando aluguel de carro.
O combo cultural barato inclui Palácio de Cristal (grátis), Museu Imperial (R$ 20) e Casa de Santos Dumont (R$ 8). Trilhas no Parque Nacional da Serra dos Órgãos — como o Circuito Bom Retiro — são livres, e a famosa Travessia Petrópolis Teresópolis permite camping em abrigo por R$ 38. Para comer, procure os bufês por peso próximos à Rua do Imperador: dá para almoçar por R$ 35. Saiba o que fazer em Petrópolis.
8 – Vitória (ES)
Pouca gente sabe, mas a capital capixaba é um excelente “city break” para quem busca praia urbana e cultura a preços tímidos. Passagens de ônibus partindo de Belo Horizonte chegam a R$ 89 em promoções de madrugada, e voar de Congonhas costuma ser barato em dias de meio de semana. Hotéis três estrelas na Praia de Camburi custam R$ 280 a diária, mas pousadas familiares em Vila Velha — a 10 min de ônibus — saem por R$ 200.
Em Vitória, visitas ao Convento da Penha e ao Palácio Anchieta são gratuitas; já o Mercado da Vila Rubim tem refeições de moqueca por R$ 40. A biciletinha Itaú custa R$ 1 a cada 15 min e cobre toda a orla, de forma que dá para dispensar Uber.
9 – Pelotas (RS)
Conhecida como “Capital Nacional do Doce”, Pelotas oferece charme histórico e o metro quadrado mais barato entre as grandes cidades gaúchas. Hostels no centro histórico saem por R$ 95 e hotéis padrão executivo por R$ 230. Quem chega de Porto Alegre de ônibus paga R$ 79 (3 h).
Passear a pé pelo casario neoclássico é gratuito, assim como fotografar o Mercado Público e a Ponte do Laranjal. Reserve parte do orçamento para a rota gastronômica: as confeitarias tradicionais vendem um trio de doces a R$ 12 e o famoso hambúrguer “x salada pelotense” custa R$ 16. Na Laguna dos Patos, dá para alugar caiaque por R$ 30 a hora ou simplesmente assistir ao pôr do sol sem pagar nada.
10 – Alter do Chão (PA)
Batizada de “Caribe amazônico”, Alter do Chão mistura praias de água doce, floresta e preço de interior. Em 2025, a diária em quarto duplo com ar condicionado ainda gira em torno de R$ 240. A travessia de barco de Santarém custa R$ 5 e leva 30 min.
Na seca (agosto novembro) surgem areias brancas onde o turista só gasta se quiser cadeira (R$ 10) ou água de coco (R$ 6). Passeios de voadeira até a Floresta Encantada ficam em R$ 60 por pessoa, mas grupos de oito reduzem a tarifa à metade. Restaurantes familiares oferecem PF de pirarucu a R$ 35 e, à noite, a música ao vivo roda chapéu em vez de cobrar couvert.
Dicas extras para economizar
- Compre passagens com antecedência. Companhias de ônibus lançam cupons semanais que zeram a taxa de serviço.
- Viaje leve para escapar de despacho. A nova franquia de bagagem em ônibus é 30 kg — espaço de sobra se você priorizar mochilas.
- Aproveite mercadões. Quase toda cidade da lista possui mercado municipal onde um almoço de prato feito custa menos de R$ 25.
- Hospede se fora da alta estação. Em Boipeba e Lençóis, as tarifas despencam até 35 % em abril e setembro.
- Use apps de carona solidária. Grupos em redes sociais divulgam trechos de carro a preço de gasolina compartilhada — metade do valor de um ônibus.
Planeje seu lado digital
Wi Fi público de rodoviária, hostel ou praça pode expor sua conta bancária, bilhetes de embarque ou mesmo streaming favorito. Antes de sair de casa, instale uma VPN mobile para criptografar os dados, evitar bloqueios regionais e manter suas senhas longe de curiosos.
Conclusão sobre destinos baratos do Brasil
Viajar por destinos baratos do Brasil em 2025 não significa sacrificar conforto ou experiências memoráveis. Significa, sim, fazer escolhas inteligentes: trocar o voo caro por ônibus confortável, dividir passeios de carro na Chapada ou testar o pastel de feira em vez do restaurante internacional.
Com planejamento — e as dicas desta lista — seu próximo feriado pode custar menos do que a passagem internacional que você quase comprou. Salve este artigo, compartilhe com o grupo de viagem e comece a preparar as mochilas!
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